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Cannabis medicinal: Tratamento para glaucoma pode evitar cegueira

Conteúdo escrito e revisado
Medicina In Comitê Científico, atualizado em 4 de dezembro de 2021
cannabis para tratamento de glaucoma pode evitar cegueira

Há várias opções para tratar o glaucoma, doença degenerativa da retina, que leva à cegueira irreversível. Cirurgia, remédios e até mesmo a Cannabis medicinal são algumas das terapias disponíveis.

O glaucoma é a degeneração da célula ganglionar e da fibra nervosa da retina –uma das partes mais importantes do globo ocular. Ela capta e transmite os estímulos luminosos ao nervo óptico, localizado no cérebro.

É justamente para não chegar ao pior diagnóstico da doença, a cegueira, que o paciente precisa procurar um especialista assim que aparecerem os primeiros sinais da doença. Dor nos olhos, diminuição do campo visual, visão distorcida e olhos vermelhos são alguns dos sintomas. Portanto fique atento.

Os tipos de glaucoma

Primário de ângulo aberto e fechado agudo são os principais tipos da doença. O mais prevalente, o primário de ângulo aberto responde por quase três quartos de todos os casos. Mas a diferença entre os dois é simples. Consiste no processo de drenagem do humor aquoso, líquido cheio de sais minerais importante na nutrição das células que se armazenam nas cavidades oculares.

Para entender melhor, depois de o líquido realizar a sua função, ele é drenado para fora dos olhos. Existe um certo volume para ser expelido.

No glaucoma de ângulo aberto, esse processo se dá abaixo do nível normal. Já no glaucoma fechado agudo, as alterações anatômicas obstruem totalmente a passagem do humor aquoso.  

Mas nem todo glaucoma de ângulo aberto é igual. Existe o juvenil, que afeta pessoas de 5 a 35 anos, cujos doentes apresentam pressão ocular alta –superior a 30 mmHg (4). Trata-se de um tipo muito raro. Há também o glaucoma de ângulo aberto, com pressão intraocular baixa.

Em todos os tipos de glaucoma, a idade do paciente é um fator de risco importante na perda contínua de células ganglionares da retina. Agora, se você quer saber porque as pessoas desenvolvem o glaucoma, a resposta é complexa. Há gatilhos multifatoriais com alta influência genética como nos casos de outras doenças como as coronarianas e a diabetes. Em suma, o histórico familiar pesa bastante. Se o glaucoma for uma doença comum nos familiares, o paciente deve ficar ainda mais alerta a qualquer um dos sintomas. Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor.

Fatores de risco para o desenvolvimento de glaucoma

Hereditariedade

Histórico de descolamento de retina

Tumores oculares

Inflamações

Uso prolongado de corticoides

A probabilidade do glaucoma de ângulo aberto causar cegueira é até 15 vezes maior nos pacientes com descendência africana, quando comparados com outros grupos populacionais.

Como tratar o glaucoma

O tratamento é adaptado ao tipo, a severidade dos sintomas e o tempo de progressão da doença. Até hoje, no entanto, não há como reverter a perda de visão anterior. Sendo assim, ele evita maiores danos.

Entre os testes indicados, há o exame do campo visual e o mapeamento da perda de visão. Os dois são importantes no monitoramento da progressão da doença.

Farmacologia

O glaucoma de ângulo aberto é tratado, inicialmente, com medicamentos que baixam a pressão ocular. Os mais comuns são análogos de prostaglandina, beta-bloqueadores, inibidores de anidrase carbônica, um agonista alfa-2, agentes mitóticos e, mais recentemente, inibidores de Rho-quinase e medicamentos doadores de óxido nítrico.

Cirurgia

A trabeculoplastia (cirurgia a laser para melhorar a drenagem do humor líquido) é também opção de tratamento primário, em alguns casos. Principalmente para os pacientes que não respondem bem à farmacoterapia, procedimentos como a trabeculoplastia a laser estabelecem melhor controle da pressão intraocular.

As técnicas de cirurgia minimamente invasivas para tratar o glaucoma estão evoluindo muito nos últimos anos. Atualmente, há três tipos de intervenção. Além da trabeculoplastia, podemos citar a trabeculectomia (abertura de uma fístula para o escoamento do líquido aquoso) e o implante de uma válvula de drenagem.

Tratamento com Cannabis medicinal

Juntos, o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol) modulam a pressão intraocular. Eles ativam os receptores canabinóides CB1, presentes no cérebro e nos olhos, em grande concentração. Além disso, regulam sistemas fisiológicos importantes como dor, pressão, humor, movimento e memória.

O efeito benéfico da associação do CBD e do THC no sistema ocular se deve ao efeito sinérgico dos fitocanabinóides. Mas se usado isoladamente, o CBD tem o efeito contrário: eleva a pressão ocular. Principalmente se o paciente usa por longo prazo o canabidiol, este é um potencial efeito colateral deletério.

Já existem testes dessa associação de canabinóides em animais. Eles apontam a diminuição de 28% da pressão intraocular, pelo período de 8 horas. Em humanos, as pesquisas também indicam diminuição da pressão intraocular assim como a dor, que é comum Um ponto bem importante é que a maioria dos pacientes toleram bem a medicação.

Estes dados científicos confirmam que os receptores CB1 atuam no equilíbrio da pressão intraocular humana, ou seja, os resultados são promissores para o tratamento farmacológico do glaucoma.

A importância de um acompanhamento especializado 

Para garantir a eficácia do tratamento para glaucoma através da cannabis medicinal, é importante contar com um acompanhamento especializado de médicos experientes. Com o Medicina In você encontra médicos com experiência  em cannabis e realizam um  acompanhamento personalizado   para proporcionar qualidade de vida e bem-estar. Faça a sua consulta on-line e tire todas as suas dúvidas sobre o tratamento, benefícios e como cuidar da sua saúde.

IMPORTANTE: Este site não oferece tratamento ou aconselhamento imediato para pessoas em crise suicida. Em caso de crise, ligue para 188 (CVV) ou acesse o site www.cvv.org.br. Em caso de emergência, procure atendimento em um hospital mais próximo.
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