Cannabis medicinal e maconha são a mesma coisa? Na verdade elas são totalmente diferentes, apesar de terem em comum a planta de origem. Vale recordar que o cultivo e o uso recreativo das flores da Cannabis ainda é ilegal. A legislação brasileira permite apenas o comércio do extrato da planta, para a formulação farmacêutica do óleo de CBD, indicado no tratamento da saúde, por exemplo.
Se você estiver pensando em se tratar com Cannabis medicinal não se preocupe, que não há nada de ilegal nisso. Desde 2015, o CBD (Canabidiol, derivado da Cannabis, sem psicoativos) saiu da lista de substâncias prescritas pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária). A decisão permitiu a importação legal do óleo de CBD.
A substância é controlada pela Anvisa, que recebe os pedidos de importação com as respectivas receitas e analisa cada um deles. Já existem medicamentos nas farmácias do Brasil, mas com preço três vezes maior que o dos importados.
O movimento das mães para a liberação da Cannabis
Em 2015, houve uma grande pressão pela legalização da Cannabis medicinal. À frente do movimento, mães de filhos com epilepsia refratária, que passaram por todos os tipos de tratamentos farmacológicos disponíveis, sem sucesso. Eram mulheres que viam no CBD a única esperança de vida para suas crianças.
O movimento nacional intitulado de “As mães da Cannabis” se inspirou no caso da menina britânica Charlotte Figi. Aos 2 anos, ela recebeu o diagnóstico de Síndrome de Dravet, doença rara e crônica conhecida como epilepsia mioclônica grave da infância.
Charlotte sofria diariamente com inúmeras convuls˜ões, que resultaram na perda da mobilidade, da fala e da capacidade de comer. Os pais inconformados buscaram uma terapia alternativa, de Cannabis, no Colorado (EUA), que mudou a vida de Charlotte.
A notícia se espalhou a partir de uma série de reportagens intituladas Weed veiculada pela CNN, em 2013. O fato se espalhou e ressoou nas redes sociais. Formou-se, então, uma onda de pais com filhos com epilepsia procurando a mesma terapia. Charlotte teve uma excelente recuperação, transformou-se no símbolo da luta pela Cannabis medicinal. Mas, em 2020, faleceu.
Cannabis medicinal: CBD é anticonvulsivo
A epilepsia causa inúmeras convulsões e cada episódio pode representar um dano cerebral à criança, um atraso no desenvolvimento. Por ser excelente anti-convulsivo, o CBD conseguiu praticamente mudar a qualidade de vida de muitas crianças, que não se deram bem com nenhum fármaco convencional do mercado.
Ele também age no controle de convulsões de animais domésticos, como cães e gatos. Neste caso, uma alternativa ao fenobarbital e com menos efeitos colaterais.
O Canabidiol (CBD) é um apenas um dos mais de 100 canabinóides, que existem na Cannabis. Mas ele só pode ter uso medicinal se extraído de plantas, cultivadas em solo orgânico, sem contaminação de metais.
Além disso, devem vir todas da mesma cepa, o que garante a concentração de canabinóides. Essa constância é muito importante para os médicos indicarem a dosagem certa.
Neste caso, as plantas são analisadas, antes de serem levadas para a extração do óleo. As farmacêuticas oferecem o rastreio da planta para que o consumidor saiba o local e as condições de cultivo.
Cannabis medicinal e a maconha não têm o mesmo efeito?
Os dois –Cannabis medicinal e a maconha– possuem efeitos terapêuticos. Mas além do CBD, a maconha contém todos os outros canabinóides. Entre eles, o THC (tetrahidrocanabinol, substância com ativo psicotrópico), substância terapêutica, mas com uso restrito. Há estudos que relacionam o uso do THC em doses elevadas ao desenvolvimento de psicoses em crianças e adolescentes.
Os menores de 18 anos, em geral, tomam CBD isolado ou full spectrum. Este último tem concentração de THC menor que 0,3%.
O popular “baseado”, como chamam o prensado de maconha, enrolado no papel de seda na forma de cigarro –pode até ajudar na melhora dos sintomas. Mas não é uma fonte segura de terapia. O baseado é comprado no mercado paralelo, sem qualquer garantia de procedência e qualidade.
Altas doses de THC podem provocar psicoses
Em 2017, a professora e pesquisadora alemã, Hannelore Ehrenreich, da Universidade de Göttingen e do Instituto Max Planck de Medicina Experimental apresentou um estudo que relacionava o THC com o surgimento de psicoses no Congresso Mundial da Associação Mundial de Psiquiatria, em Berlim.
Participaram da pesquisa 1200 pessoas com esquizofrenia. De acordo com ela, o uso da maconha em jovens aumenta o risco de desenvolvimento da doença.
Há maconha recreativa fumada ou inalada por vaporizador tem efeitos tóxicos, que podem afetar a saúde dos pulmões. Quando ela é queimada, o organismo absorve outros elementos, caso da amônia e do cianeto de hidrogênio. O hábito constante de fumar leva ao aparecimento de tosse, catarro e dificuldade respiratória.
Onde encontrar um médico que prescreve cannabis medicinal
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