Autismo

Cannabis medicinal e o mundo particular do autismo

Caracterizado por dificuldades na interação social, comunicação verbal e não verbal e por comportamentos restritos e repetitivos, o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma patologia que leva a pessoa a se voltar para um mundo próprio e se tornar alheia ao externo. 

Segundo a Sociedade Americana de Autismo (Autism Society of American — ASA, sigla em inglês), cerca de 20 a cada 10 mil nascimentos são acometidos pela patologia, que é quatro vezes mais comum no sexo masculino em comparação ao feminino, e comumente se manifesta nos primeiros três anos de vida.

O Autismo pode ser dividido em três tipos:

  • Síndrome de Asperger: Transtorno neurobiológico classificado dentro da categoria de transtornos globais, passou a ser recentemente apontada como uma forma branda de autismo.
  • Transtorno Autista ou Autismo Clássico: Pessoas que apresentam este quadro de autismo costumam ter atrasos linguísticos significativos, desafios relacionados às relações sociais e à comunicação, comportamentos e interesses considerados incomuns, e, em alguns casos, deficiência intelectual.
  • Transtorno Invasivo do Desenvolvimento: Geralmente, esta variação da patologia é similar às duas anteriores, mas apresenta sintomas mais leves, podendo causar um quadro restrito a desafios sociais e de comunicação.

Atualmente, o Transtorno do Espectro Autista é dividido em graus, conforme varia a gravidade dos seus sintomas:

Nível 1 – Leve, que exige apoio 

Nível 2 – Mediano, que exige apoio substancial

Nível 3 – Grave, que exige elevado apoio constante

Sintomas do Autismo

Os primeiros sinais do Autismo costumam aparecer logo no primeiro ano de vida da criança. Ao serem constatados os sintomas, um médico deverá ser procurado. 

  • Não responder com sorriso ou expressão de felicidade aos seis meses
  • Não imitar sons ou expressões faciais aos nove meses
  • Não balbuciar aos 12 meses
  • Não gesticular aos 12 meses
  • Não dizer nenhuma palavra aos 16 meses
  • Não dizer frases compostas de pelo menos duas palavras aos 24 meses
  • Perder habilidades sociais e de comunicação em qualquer idade

Com o avançar da idade e o agravamento dos sintomas, podem ser observados os seguintes padrões de comportamento: 

  • Uso das pessoas como ferramenta, ou seja, ordena para pegarem objetos indicados, sem haver demonstração de esforço para fazê-lo
  • Resiste às mudanças de rotina
  • Passa a se isolar e não se relaciona com outras crianças
  • Não mantém contato visual com outra pessoa
  • Age como se fosse surdo, não atendendo a chamados
  • Demonstra resistência ao aprendizado
  • Apresenta apego a determinados objetos
  • Não demonstra sentimento de medo de perigos
  • Gira objetos de maneira estranha e peculiar
  • Apresenta risos e movimentos com relação ao nada
  • Resiste extremamente ao contato físico
  • Acentuada hiperatividade física
  • Às vezes se torna agressivo, destrói objetos, ataca e fere pessoas aparentemente sem motivo
  • Apresenta certos gestos sem motivo como balançar as mãos ou ficar se balançando
  • Apresenta comportamento indiferente e arredio
  • Cheira ou lambe os brinquedos.

Tratamentos tradicionais para o Autismo

Tratamentos tradicionais para Autismo

Sem cura, o Autismo requer uma combinação de tratamento precoce com terapias intensivas voltadas para potencializar o desenvolvimento da comunicação e habilidade social da criança. 

Uma série de programas está dedicada à redução dos problemas relacionados aos portadores de Autismo, tais como: 

Terapias de comunicação e comportamento

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Autismo: Tratamento com canabidiol

Pesquisadores dedicados a identificar a causa do autismo encontraram um caminho promissor no tratamento com Cannabis Medicinal, à base de canabidiol (CBD). Esta projeção otimista foi descoberta em um estudo realizado no Brasil. 

Durante nove meses, cientistas do Departamento de Ciências Fisiológicas do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com médicos da Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal (AMA+ME), acompanharam o uso do extrato de CBD em 18 pacientes autistas, entre 6 e 17 anos. Entre os voluntários, seis eram acometidos por crises de epilepsia. 

Do grupo de 18 participantes do estudo, 14 apresentaram melhoras nos principais sintomas relacionados ao autismo — aproximadamente 78%.

Segundo Renato Malcher-Lopes, neurocientista e um dos professores da UnB envolvidos na pesquisa, os resultados apresentados permitem nutrir esperança para o futuro desta alternativa de tratamento.

“Os resultados mais impactantes foram a redução da hiperatividade, do deficit de atenção e das crises nervosas – as quais, muitas vezes, envolvem auto agressividade –, além de melhora na qualidade do sono e na interação social, o que permitiu para alguns ter ganhos cognitivos”, afirma. 

O estudo foi publicado em outubro de 2019 na revista científica Frontiers in Neurology — publicação de prestígio internacional na área da neurologia. O sucesso do trabalho foi comprovado pelo volume de acessos do material — mais de 90% a mais em comparação aos artigos já publicados pela editora. Estados Unidos, Canadá e Brasil foram a origem dos países que lideraram as visualizações.

Realizada entre 2016 e 2017, o estudo foi construído a partir das impressões dos pais diante da mudança no comportamento dos filhos após a adoção do tratamento com CBD. 

Em caráter voluntário, todos eles preencheram um formulário para avaliar o percentual de melhora em oito categorias de sintomas do transtorno: hiperatividade e déficit de atenção, trastornos comportamentais, déficit motor, déficit de autonomia, déficit de comunicação e interação social, problemas cognitivos, distúrbio do sono e convulsões.

Renato Malcher-Lopes observa que, além da evolução obtida por meio do tratamento do autismo, grande parte dos participantes do estudo conseguiu reduzir ou até eliminar o uso de outros medicamentos para controlar os sintomas. 

Malcher-Lopes afirma que a semelhança entre as substâncias encontradas no sistema endocanabinoide do ser humano e os canabinóides pode ajudar a explicar a eficácia dos medicamentos à base de Cannabis no tratamento do Autismo.

“Acreditamos que a melhora que observamos nos pacientes vem do fato de que o sistema endocanabinóide atua, entre outras coisas, controlando as sinapses no cérebro evitando que elas fiquem superativadas.”, diz. 

A importância de um acompanhamento especializado

Para garantir a eficácia do tratamento para autismo através da cannabis medicinal, é importante contar com um acompanhamento especializado de médicos experientes. Com o Medicina In você encontra médicos com experiência  em cannabis e realizam um  acompanhamento personalizado para proporcionar qualidade de vida e bem-estar. Faça sua consulta on-line e tire todas as suas dúvidas sobre o tratamento, benefícios e como cuidar da sua saúde.

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Tags: Autismo

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